segunda-feira, 28 de maio de 2012

Dilma destaca os resultados do Brasil sem Miséria, que completa 1 ano


Café com a presidenta
A presidenta Dilma Rousseff fez hoje (28), no programa de rádio Café com a Presidenta, um balanço das ações do Plano Brasil sem Miséria, que completa um ano esta semana. Segundo ela, o maior esforço foi feito para encontrar famílias com direitos a receber benefícios e cadastrá-las no Bolsa Família. Com a Busca Ativa, passaram a receber o benefício quase 700 mil famílias, que vivem no semiárido, nas grandes cidades e até nas florestas.
“Essas pessoas que não recebiam benefício nenhum do Estado agora estão cadastradas e recebendo o Bolsa Família. Muitos desses brasileiros e brasileiras não tinham nem documento. Sabemos que ainda existem mais brasileiros fora do cadastro do Bolsa Família, mas nós não vamos descansar enquanto não chegarmos a todos eles”, disse.
A presidenta destacou a ação do Brasil sem Miséria voltada para as crianças, que é o Brasil Carinhoso, lançada no início deste mês. A ação visa tirar todas as crianças de até seis anos de idade da extrema pobreza.
“Para que isso seja possível, cada pessoa da família dessas crianças vai receber, no mínimo, R$ 70,00. Também vamos abrir cada vez mais vagas em creches para as crianças do Bolsa Família. Assim, nossas crianças serão protegidas, porque terão acesso a creches”.
Na qualificação profissional, destacou a presidenta, o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e ao Emprego (Pronatec) está oferecendo cursos de qualificação para quem recebe o Bolsa Família. Já são 89 mil trabalhadores matriculados em cursos como de jardineiro, de mecânico, de pintor e vários outros. Cerca de 70% das vagas, explicou, são preenchidas por mulheres, inclusive em atividades tradicionalmente dominadas pelos homens.
“A população pobre do Brasil é batalhadora e quer continuar trabalhando e crescendo junto com o nosso país. São cursos gratuitos para uma população que tem baixa escolaridade, mas que quer estudar, quer aprender uma profissão e quer conseguir um emprego melhor”.
Dilma ressaltou, ainda, as ações do governo para enfrentar os efeitos da seca no Nordeste. Para 250 mil agricultores familiares, o governo tem levado assistência técnica, sementes, recursos e o Programa de Aquisição de Alimentos. Também foram feitas 111 mil cisternas, além do programa Água para todos, que tem ajudado às famílias que vivem nas regiões mais áridas e sofrem com a seca.
“Estamos levando, também, para essa região do país, ações emergenciais como o Bolsa Estiagem, o Garantia-Safra e a distribuição de água com os caminhões-pipa. Além disso, o governo federal está ajudando os estados e municípios a distribuir água através dos caminhões-pipa”.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Ato vai exigir políticas públicas com participação popular


Ato público vai exigir políticas públicas com participação popular

A Central de Movimentos Populares prepara para o próximo 31 de maio um dia de luta em defesa das políticas públicas com participação popular. 

Os manifestantes vão exigir mais recursos para as políticas sociais, direito à tarifa social nos serviços essenciais, além de protestarem contra a higienização implantada pela prefeitura de São Paulo, a criminalização dos movimentos sociais e da pobreza e pelo fim da homofobia e do racismo. 

Para a central, os 18 anos do PSDB à frente do governo do Estado resultaram em exclusão social. “São Paulo é o segundo Estado do país com o maior número de analfabetos, são 1,4 milhão de pessoas que não sabem ler e escrever (10% de todos os analfabetos do país); pessoas esperam meses na fila de hospitais para fazer um exame e a tendência é piorar ainda mais com a venda de 25% dos leitos de hospitais públicos; na habitação, o Estado tem um déficit de 1,2 milhão de moradias, 1,1 milhão de domicílios inadequados e 8 milhões de pessoas vivendo em áreas não regularizadas”, afirma a Central em carta aberta que será entregue no dia da manifestação.

A concentração para o ato público acontecerá às 9h em frente ao Teatro Municipal. Um ato político vai acontecer às 11h30 na Praça da Sé.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

“Dilma mostra coragem ao promover mudanças estruturais”, diz Lindbergh




O SR. LINDBERGH FARIAS (Bloco/PT – RJ. Sem revisão do orador.) – Srª Presidente, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, hoje, nós tivemos, na Comissão de Assuntos Econômicos, a presença do Ministro Mantega e uma discussão sobre a crise econômica internacional.
É fato que, cada vez mais, não podemos discutir a situação da economia brasileira desvinculada do mundo, da crise econômica internacional, em especial do acompanhamento dessa crise na Europa.
Eu queria começar minha intervenção trazendo um artigo do Prof. Luiz Carlos Bresser Pereira, ex-Ministro do Governo Fernando Henrique Cardoso, publicado, no dia de ontem, na Folha de S.Paulo.
O Prof. Bresser Pereira – já não é a primeira vez que trago artigo dele aqui, para ler – tem tido uma postura muito firme em relação à busca do desenvolvimento econômico, à critica ao que ele chama de 30 anos de políticas neoliberais no mundo.
O artigo do Prof. Bresser Pereira, “A Estadista em Construção”, começa:
Muitos serão os desafios que Dilma enfrentará; não sabemos quanta fortuna terá, mas que terá virtù.
Primeiro, foi a demissão de ministros comprometidos com a corrupção; depois, a firmeza que vem mostrando em baixar os juros, enfrentando para isso muitos interesses, inclusive os dos seus eleitores, pequenos poupadores; há alguns dias, foi o discurso na instalação da Comissão da Verdade em que fez uma bela defesa dos direitos humanos e do seu caráter suprapartidário; agora, é sua decisão histórica de, aplicando a Lei de Acesso à Informação, publicar os salários dos servidores do Executivo. Todos atos que mostram coragem e firmeza, sugerindo que a presidente brasileira é uma estadista em construção. Sua decisão que me levou a esta conclusão foi a da última semana – a de tornar pública a remuneração dos servidores públicos.
Saber quanto recebem os servidores públicos eleitos e não eleitos é um direito inconteste dos cidadãos. Mas é um direito que sempre foi negado aos brasileiros.
Quando fui ministro da Administração Federal, decidi publicar os vencimentos dos servidores públicos no “Diário Oficial". Caiu uma tempestade sobre mim. Servidores indignados vieram me falar sobre seu "direito à privacidade".
Nas democracias, em relação ao dinheiro público, não há direito à privacidade; não há o "direito" de receber valores absurdos que nada têm a ver com o nível de seu cargo.
Alguns poderão dizer que meu entusiasmo em relação à [Presidenta] é apressado.”
Aqui, meu amigo, Senador Aloysio Nunes, novamente o Ministro e Professor Bresser Pereira escreveu um artigo.
O Sr. Aloysio Nunes Ferreira (Bloco/PSDB – SP) – Grande brasileiro.
O SR. LINDBERGH FARIAS (Bloco/PT – RJ) – Grande brasileiro e amigo de V. Exª.
“Alguns poderão dizer que meu entusiasmo em relação à [Presidenta] é apressado. De fato, é cedo para dizermos que Dilma Rousseff preenche as condições muito raras que definem um estadista. Mas estou dizendo que ela está "se construindo" como estadista. Ela está demonstrando a firmeza e a coragem que são necessárias.
Mas não basta isso. Conforme disse classicamente Maquiavel, além da "virtù", o príncipe necessita da fortuna. "Virtù" não significa apenas virtude, e sim competência para governar, discernimento ao tomar decisões, capacidade de fazer compromissos e, finalmente, bom êxito em seu governo. O que depende também da sorte -da fortuna.
Estadista é o governante que tem a visão do todo, olha para o futuro e tem a coragem de buscá-lo, confrontando os interesses de muitos, inclusive dos seus seguidores. É quem conhece seu país, sabe quais são seus grandes problemas e contribui para resolvê-los.
Os estadistas são geralmente identificados nas guerras em defesa de seu país, mas podem sê-lo em momentos decisivos de seu desenvolvimento econômico e social.
O estadista brasileiro do século 20 foi Getúlio Vargas, porque comandou a revolução nacional e industrial brasileira. A [Presidenta] Dilma poderá ser uma nova estadista, agora em um contexto democrático, se lograr vencer os dois grandes males brasileiros: a corrupção de suas elites e [aí entra o tema a que quero me dedicar na questão econômica] a armadilha da alta taxa de juros e do câmbio sobrevalorizado.
Em seu discurso na instalação da Comissão da Verdade, a presidente declarou: "A verdade é algo tão surpreendentemente forte que não abriga nem o ressentimento, nem o ódio, nem tampouco o perdão... é, sobretudo, o contrário do esquecimento".
Deixo esta bela frase [conclui assim o Ministro Bresser Pereira] como fecho desta coluna. Muitos serão ainda os desafios que Dilma terá que enfrentar; não sabemos quanta fortuna terá, mas já sabemos que terá “virtù”.
Este foi o artigo do Ministro Bresser Pereira publicado ontem no jornal Folha de S.Paulo.
Hoje tivemos um debate na Comissão de Assuntos Econômicos sobre a crise econômica. Nós sabemos que essa crise vai atingir todos os países do mundo. Mas eu falava desse artigo “Estadista em Construção” porque, sinceramente, acredito que a nossa Presidenta tem se portado desde o início do debate dessa crise econômica internacional com muita firmeza.
O que a gente vê no mundo é a falta de rumo, é a ideia predominante de que podemos resolver essa crise apenas com esses planos de austeridade, que foram implantados aqui na América Latina na década de 90. Não adianta, cria um círculo de autodestruição. Veja a situação da Espanha: 23% de desemprego. O desemprego de jovens é de 50%. Corte profundo de políticas sociais, aumento de demissões, redução do salário dos servidores públicos, tudo isso cria o quê? Cria mais desemprego, diminui a arrecadação e aumenta o endividamento público.
Aqui no Brasil, nós reduzimos o endividamento público quando o Brasil cresceu. Quando o Presidente Lula entrou, no seu primeiro ano, a dívida pública em relação ao PIB era de 60%; hoje está em 37%, porque, quando o País cresceu, nós pudemos ir por outro caminho.
Pois bem. Mas a Presidenta Dilma, desde o primeiro momento, está tendo uma postura firme em todos os fóruns internacionais, dizendo que não bastam esses planos de austeridade, que é preciso buscar o crescimento, falando da experiência brasileira. Porque, sim, nós temos uma experiência brasileira que foi o governo do Presidente Lula, que colocou 40 milhões de pessoas na classe média. Vinte e oito milhões saíram da pobreza absoluta. Foram criados 17,5 milhões de empregos nesses últimos nove anos. Nós conseguimos alcançar uma política de crescimento porque houve inclusão social.
Mas a Presidenta era uma voz quase isolada em todos esses fóruns, em todos esses organismos. Agora há a nossa expectativa com a vitória francesa do Partido Socialista, do François Hollande, que foi eleito com esse discurso de que é preciso encontrar outro caminho, é preciso encontrar outra forma que preveja consolidação fiscal, mas que preveja crescimento econômico.
Nós estamos aqui numa grande torcida pelo Presidente da França que assumiu recentemente, François Hollande. Sabemos que não é simples. A lógica que domina a Europa hoje, principalmente a partir da Alemanha, é muito difícil de ser vencida.
Mas há um desejo explícito do povo na Europa. Agora, no dia 17 de junho, Senador Aloysio, haverá eleições na Grécia. Agora, o povo está sendo chamado a opinar. Hoje, na audiência com o Ministro Mantega, eu perguntava se estamos preparados aqui para um agravamento da crise econômica na Europa, porque, nas eleições gregas, que vamos ter agora, no dia 17 de junho, o que indicam as novas pesquisas é que o povo claramente rejeita essas políticas de austeridade. Lá, um partido de coalizão radical de esquerda, que tinha 4% dos votos há dois meses, fez 16% na última eleição e lidera agora com 25%. O Partido Comunista também cresceu. E cresce o sentimento de que a Grécia não aguenta mais o aperto que está sendo imposto. Pois bem, essa eleição é no dia 17 de junho. E, concretamente, eu, este modesto Senador que não é nenhum economista, olhando o quadro econômico da Europa, vejo um agravamento dessa situação e temos de estar preparados aqui para tomar as medidas que forem necessárias. É o debate do País, que tem de unir situação e oposição, para pensar os desafios. Eu acho que a Presidenta acertou.
E vale dizer aqui algo sobre o Banco Central. Quando daquela decisão que foi muito contestada no ano passado, em agosto, quando começou o ciclo de derrubada da taxa de juros, baixando 0,5%, eu me lembro de que foi uma gritaria neste País: “Ah, estamos abrindo mão do compromisso de combate à inflação, o Banco Central está perdendo a sua autonomia”. Eu fico pensando se o Banco Central não tivesse tomado aquelas medidas.
Mas, quando falo da Dilma, uma estadista em construção, como diz o Ministro Bresser Pereira, é porque temos de reconhecer: têm mudanças estruturais sendo feitas nesse debate da crise. Essa política em relação aos juros não é pouca coisa. A coragem e a firmeza dessa mulher em relação à taxa Selic, ao entrar no debate da poupança, ao dialogar com as pessoas da sua base, quando todo mundo dizia “Ah, não, vão ter perdas políticas”, ela enfrentou aquilo naquele momento. O debate dos spreads bancários é um debate corajoso feito pela Presidenta da República. Temos o segundo maior spread - só perdemos de Zimbábue. Eu fico vendo aqui vários argumentos que se levantam, mas a verdade é preciso que se diga...
(Interrupção do som.)
(A Srª Presidente faz soar a campainha.)

O SR. LINDBERGH FARIAS (Bloco/PT - RJ) – Só para encerrar.
A taxa dos lucros dos bancos no spread é de mais de 34%. Eu trago aqui o estudo do Fundo Monetário Internacional, dizendo que o retorno médio dos bancos brasileiros sobre o seu patrimônio líquido é o maior do mundo, dez vezes maior que o dos bancos americanos: aqui, 27,3%; nos Estados Unidos, 2,4%, 6,9%.
Então, acho que a Presidenta está sendo firme e está tomando decisões corajosas.
Agora, a minha avaliação, a deste modesto Senador, é a de que vamos ter um agravamento dessa crise econômica e
e que novas medidas vão ter de ser tomadas.
Chamo a atenção, porque talvez seja necessário um afrouxamento fiscal, para que façamos mais investimentos. Sinto que, desse arranjo macroeconômico que deu certo até agora, em relação à política de juros, vamos ter de caminhar para o afrouxamento fiscal, porque há uma coisa – concluo, dizendo isso – de que não podemos abrir mão – este é um compromisso do Presidente Lula e da Presidenta Dilma –, que é...
(Interrupção do som.)
O SR. LINDBERGH FARIAS (Bloco/PT – RJ) – ... manter as taxas de empregos. Isso nos dá orgulho, e disso não vamos abrir mão.
Não vamos deixar que o desemprego cresça em nosso País, quando atingimos as menores taxas da nossa história, com menos de 6% de desemprego em nosso País.
Muit
o obrigado, Presidenta Marta Suplicy.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Mensagem de Lula emociona convidados em premiação na Holanda


A cerimônia de entrega dos prêmios das “Quatro Liberdades”, da Fundação Roosevelt, aconteceu neste sábado (12), na histórica cidade medieval de Middelburg, no sul da Holanda, de onde emigraram os antepassados de Franklin Delano Roosevelt. Cerca de 400 convidados acompanharam a cerimônia, que contou com a presença da rainha Beatrix e do primeiro ministro dos Países Baixos, Mark Rutte, entre outras autoridades de governo e membros da sociedade holandesa.
A Diretora do Instituto Lula, Clara Ant, recebeu a medalha das mãos do primeiro minsitro holandês, representando Lula, que não pôde viajar por remendação médica. Ela relata que a mensagem em vídeo enviada por Lula “emocionou fortemente grande parte dos presentes, de tal maneira que a governadora da província da Zelândia, Karla M. H. Peijs, pediu publicamente e em nome de todos os presentes que Clara transmitisse ao ex-presidente Lula os votos de uma rápida e completa recuperação”.
O Ex-presidente Lula foi homenageado com o prêmio principal, a medalha de ouro que reúne simbolicamente as quatro liberdades (de opinião e expressão, de culto, liberdade das privações e liberdade dos temores).
O primeiro minsitro Mark Rutte fez um elogio à trajetoria pessoal e política do ex-presidente Lula, enfatizando sua liderança na condução do Brasil ao patamar atual com mais crescimento, mais inclusão e democracia.
De acordo com o emabaixador do Brasil na Holanda, José Artur Denot Medeiros, a cerimônia deste sábado representa “um reconhecimento público da obra política e social do ex-presidente Lula, que elevou ao mais alto nível a imagem do Brasil neste pais e também na Europa”.
Os demais laureados receberam medalhas de prata, cada uma relacionada a uma liberdade específica. O prêmio principal, recebido pelo ex-presidente Lula já foi, no passado, outorgado também a Nelson Mandela, ao bispo Desmond Tutu e ao ex-presidente americano Jimmy Carter.
O Four Freedoms Awards
A homenagem é concedida desde 1982 a pessoas e instituições que se engajaram para proteger a liberdade usando instrumentos pacíficos. A cerimônia de premiação aconteceu neste sábado, 12 de maio, em Middelburg, na Holanda. Além do homenageado principal, pelo conjunto das quatro liberdades, a Roosevelt Stichting concedeu outras quatro medalhas:
Liberdade de opinião e expressão: Al Jazeera
Liberdade de culto: arcebispo Bartholomew I
Liberdade das privações: Ela Ramesh Bhatt
Liberdade dos temores: Hussain al-Shahristani
Saiba mais sobre o prêmio no site da oficial do Four Freedoms Awards (em inglês): www.fourfreedoms.nl
Clique aqui para ver o vídeo da mensagem de agradecimento de Lula.

Protesto e cautela à Comissão da Verdade - Correio


Antes mesmo de o colegiado tomar posse, discussão sobre a ditadura acirra ânimos. Políticos não querem revanchismo e manifestantes cobram punição a tor turadores
IVAN IUNES
A dois dias do anúncio oficial da instalação da Comissão da Verdade, que analisará violações de direitos humanos no Brasil durante o regime militar, manifestantes e autoridades divergiram ontem quanto aos poderes do colegiado. De um lado, cerca de 250 pessoas foram às ruas em Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Guarujá (SP) para pedir o julgamento dos acusados de torturas. Do outro, o vice-presidente da República, Michel Temer, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ressaltaram que o caráter do grupo não será de vingança ou revanchismo, mas de revisão histórica. Temer chegou a falar que a comissão tem como mote “pacificar” o país.
“Eu acho que a apuração da verdade dos fatos vai, na verdade, em vez de tumultuar o país, pacificar o país”, disse Temer, durante sessão em homenagem ao PMDB no Senado. Já Fernando Henrique, que recebeu durante o fim de semana o prêmio Kluge da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, por sua obra acadêmica, pediu que a Comissão da Verdade adote como modelo de atuação o colegiado da África do Sul, responsável por revisar os abusos cometidos durante o regime do apartheid. “Espero que as pessoas tenham equilíbrio para não transformar aquilo em vendeta. São 40 anos passados. É bom que saibamos da história, para nunca mais repeti-la. Mas o nunca mais começa por não tomarmos posições vingativas”, afirmou FHC.
Em Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Guarujá, os manifestantes fizeram atos para pressionar pelo julgamento de supostos torturadores. No litoral paulista, cerca de 100 pessoas protestaram em frente à casa do tenente-coronel reformado Maurício Lopes Lima, apontado como torturador pela própria presidente Dilma Rousseff, durante depoimento à Justiça Militar em 1970. Na capital fluminense, 50 pessoas foram à residência do general da reserva José Antônio Nogueira Belham. Ele comandava o Doi-Codi no Rio quando o deputado Rubens Paiva foi preso, torturado e morto, em 1971. Em Minas, outra centena de manifestantes pediu o julgamento e a condenação de João Bosco Nacif da Silva, médico-legista da Polícia Civil durante a ditadura. Protestos pontuais também foram verificados em outras nove cidades, incluindo sete capitais.

Palocci recebe censura ética
O Conselho de Ética da Presidência decidiu aplicar uma censura ética contra o ex-ministro da Casa Civil Antônio Palocci, na noite de ontem. Por quatro votos a três, os conselheiros optaram pela sanção por conta de o ex-ministro não ter declarado as consultorias que oferecia em sua Declaração Confidencial de Informações — documento que ocupantes de altos cargos do governo federal devem apresentar quando tomam posse. A sanção é a máxima aplicada para servidores que já deixaram o cargo. Na época, Palocci deixou a pasta após denúncias revelarem o aumento em 20 vezes de seu patrimônio entre 2006 e 2010.
Brasil Carinhoso no Planalto
A presidente Dilma Rousseff lançou , na tarde de ontem, no Palácio do Planalto, o programa Brasil Carinhoso, um dia depois de anunciar a iniciativa em cadeia nacional de rádio e tevê no Dia das Mães. Será implementada uma série de ações em três eixos para atender as crianças na primeira infância, de até 6 anos. Dentro do Brasil sem Miséria, será paga uma complementação às famílias que vivam abaixo da linha da pobreza extrema, de modo que se tenha uma renda per capita mínima de R$ 70. Também haverá reforço no programa Saúde na Escola e será oferecida complementação de ferro e de vitamina A por meio do Farmácia Popular. Por fim, serão construídas 1.512 creches. O Brasil Carinhoso deve gastar R$ 10 bilhões até 2014.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

CPMI do caso Cachoeira vai apreciar plano de trabalho na quarta


FONTE: www.pt.org.br


A CPI Mista que investigará denúncias de irregularidades nas relações entre o contraventor Carlos Cachoeira e agentes públicos e privados reúne-se nesta quarta-feira (2), às 14h30, para apreciar o plano de trabalho elaborado pelo relator, deputado Odair Cunha (PT-MG). 


Na semana passada, o petista foi aclamado relator do colegiado e o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), presidente.
Como pré-requisito para o colegiado começar os trabalhos o relator requereu, na semana passada ao Supremo Tribunal Federal (STF), à Procuradoria Geral da República (PGR) e à Polícia Federal (PF), cópia dos inquéritos da PF que tratam das operações Vegas e Monte Carlo, objetos da investigação. Na quarta-feira, às 10h, a comissão vai receber do STF, 40 volumes do inquérito em papel e em CDs.
Requerimentos
Até o momento, os parlamentares que compõem a comissão, apresentaram mais de 160 requerimentos ao colegiado. Muitos desses documentos dizem respeito à convocação dos citados nos dois inquéritos; solicitação de documentos sigilosos; quebras de sigilos (fiscal, bancário), entre outros.
Agenda
Na mesma sessão desta quarta-feira a comissão deve escolher o vice-presidente do colegiado. Está previsto, também, uma visita do presidente Vital do Rêgo e do relator Odair Cunha ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Nessa visita, eles convidarão o procurador a se apresentar à comissão e esclarecer aos membros da CPMI acerca dos inquéritos produzidos pela Polícia Federal.

A reunião da CPMI acontece na sala 2 da ala senador Nilo Coelho.
(Benildes Rodrigues, site Liderança do PT)