terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Hamilton Pereira entrega dossiê sobre o CHS ao Ministro da Saúde


Durante Audiência Pública da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de São Paulo com o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, na tarde de terça-feira (13/12), o deputado estadual Hamilton Pereira (PT) protocolou um dossiê sobre os problemas do Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS).
No documento, o deputado faz referência ao caso de fraudes em licitações e em plantões médicos apurado pelo Ministério Público Estadual (MPE), que através do Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), ofereceu denúncia contra 48 pessoas por crimes de formação de quadrilha ou bando, peculato, falsidade ideológica, fraudes em licitações, corrupção ativa e passiva e homicídio.
Hamilton Pereira também resgata ações realizadas em anos anteriores como a da Comissão de Representação da Assembleia Legislativa de São Paulo, formada em 2001 e que encaminhou um relatório à Secretaria Estadual de Saúde. Outra referência feita pelo parlamentar é em relação à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), criada para investigar a remuneração dos serviços médico hospitalares do estado, que incluiu em seu relatório final uma orientação para que o Tribunal de Contas do Estado (TCE) fizesse uma auditoria sobre os contratos firmados pelo CHS para terceirização de vários serviços.
Para Hamilton Pereira, "a necessidade de interferência da Polícia no caso foi um tapa na cara da sociedade, porque comprovou a má vontade e total falta de interesse do Poder Executivo em buscar uma solução para o CHS chegando, de certa forma, a ser conivente com essa situação".
O deputado relata ainda a constituição de uma comissão de intervenção formada pelo Poder Executivo, e critica a maneira fechada como têm sido encaminhadas as questões referentes ao Conjunto Hospitalar, sem a participação da sociedade. "E os problemas continuam repercutindo, continuam sendo denunciados e uma manifestação dos servidores que atuam na Unidade trouxe à tona o fato de que duas funcionárias indiciadas pelo Ministério Público por conta da Operação Hipócrates continuarem nas mesmas funções que exerciam".
Hamilton Pereira conclui o relatório com um apelo de socorro ao Ministério da Saúde para que colabore na busca de uma solução para o problema do CHS. "Nosso objetivo com esse relatório é fazer um pedido de socorro ao Ministério da Saúde e ao Governo Federal para que nos ajudem a encontrar uma solução para esse problema, que é motivo de vergonha para a sociedade paulista e, notadamente, da região de Sorocaba", conclui.
Tabela SUS
Durante a Audiência, o Ministro falou sobre o Plano de Combate ao Crack do Governo Federal e apresentou novos parâmetros de remuneração dos serviços hospitalares em todo o País. Ele explicou que o Governo Federal está estabelecendo novos parâmetros para garantir a qualidade do atendimento integral, fugindo da visão que se estabeleceu sobre as pessoas como "coleções de exames e procedimentos".
Ele defendeu que o sistema de remuneração através da Tabela SUS alimenta a formação de "feudos" no sistema hospitalar, onde alguns são bem remunerados e outros não. "O mais comum é ter várias especialidades bem remuneradas e os pronto-socorros, a urgência e emergência, que têm baixa rentabilidade, serem negligenciadas, com baixas condições de atender adequadamente", afirmou Padilha.
O Ministro explicou ainda que o Governo Federal está disponibilizando aportes que ampliam o Teto Financeiro de Estados e Municípios que passem a fazer parte das redes de atendimento propostas pelo Ministério da Saúde, como no caso do atendimento à dependência química.
Além disso, R$300 milhões estão à disposição dos gestores municipais e estaduais para negociação com as Santas Casas e hospitais filantrópicos. "É um incentivo para um contrato de metas, de qualidade, de gestão e incentivo para quem é 100% SUS", explicou o Ministro. "Quem quiser ser 100% SUS tem um aporte de 20% a mais de recursos", completou.
Padilha encerrou falando do programa de incentivo à qualidade do atendimento nas Unidades Básicas de Saúde. "Tradicionalmente, o Ministério da Saúde repassava recursos para a Atenção Básica à Saúde, ou pelo tamanho da população, ou pelas equipes contratadas no programa Saúde da Família", afirmou. "O Ministério da Saúde faz um esforço para dobrar o que passa para a equipe que atende numa determinada Unidade de Saúde, desde que ela cumpra indicadores de qualidade no atendimento à população", concluiu.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Brasil terá maior peso no FMI e será 10° maior cotista


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O Brasil vai tornar-se o décimo maior quotista do Fundo Monetário Internacional
A Comissão de Relações exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado aprovou nesta terça-feira o Projeto de Decreto Legislativo (PDS) 452/11, que trata da Proposta de Emenda ao Convênio Constitutivo do Fundo Monetário Internacional (FMI). A emenda altera os critérios de formação da Diretoria Executiva do Fundo e da distribuição de quotas e do poder de voto dos países membros.
Quando as mudanças entrarem em vigor, o Brasil passará da 14ª para a 10ª posição entre as nações com maior número de cotas no FMI. A emenda resultou de um acordo assinado pela representação brasileira e demais países membros em 2010, por meio de entendimentos no âmbito do G-20 — grupo das 20 maiores economias mundiais — e do FMI.  O PDS 452 foi relatado pelo senador Aníbal Diniz (PT-AC).
Também de acordo com a emenda, toda a diretoria executiva do Fundo será eleita pelos membros do colegiado. Atualmente, os cinco maiores cotistas do FMI — Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido e França—são representados no FMI por membros indicados por seus governos.
FOTO ANIBAL
“O objetivo das mudanças no FMI é dar maior poder na organização aos países emergentes, diminuindo a influência dos países desenvolvidos. As cotas do Fundo foram aumentadas em 100% e redistribuídas”, explicou o senador Aníbal.
A Resolução 66-2 da Junta de Governadores do FMI, adotada em 15 de dezembro de 2010, entrará em vigor quando os detentores de pelo menos 70% das quotas tenham consentido, por escrito, o aumento de suas participações.
A proposta aprovada pela comissão estabelece ainda o compromisso da junta de governadores de aumentar a representação de países emergentes e em desenvolvimento e de reduzir em dois o número de diretores executivos que representam a Europa.
“A emenda busca reduzir o número de cadeiras comandadas por países desenvolvidos na Diretoria Executiva do fundo, aumentando o peso dos países emergentes e em desenvolvimento nos processos decisórios da organização”, ressaltou Diniz em seu voto favorável.
O PDS 452/11 será agora apreciado em Plenário, em regime de urgência, conforme proposta de Aníbal Diniz.

Privataria Tucana: Debate com Amaury, PHA e Protógenes


A idéia dos organizadores é que o debate se transforme num primeiro ato em apoio à criação da CPI da Privataria e que ajude a esquentar os motores para os protestos de rua em defesa da liberdade de expressão e contra as manipulações do latifúndio midiático, pensados para o próximo ano.
Por Altamiro Borges, Blog do Miro
Segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Na próxima quarta-feira, dia 21 de dezembro, às 19 horas, no auditório do Sindicato dos Bancários de São Paulo (Rua São Bento, 413, no centro da capital paulista), ocorrerá o debate “A privataria tucana e o silêncio da mídia”. Amaury Ribeiro Jr. falará sobre o seu livro, que já vendeu 30 mil exemplares, e participará da noite de autógrafos – a primeira reimpressão já estará disponível.

O debate contará ainda com a presença do jornalista Paulo Henrique Amorim, da comissão nacional dos blogueiros progressistas, que abordará o boicote da mídia na divulgação do livro “A privataria tucana”. E terá também a participação do deputado Protógenes Queiroz, autor do requerimento pela criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre as privatizações no reinado de FHC.

Esquentando os motores

O evento é uma promoção conjunta do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e do Sindicato dos Bancários de São Paulo. Ele será transmitido ao vivo. Após o debate, haverá uma festa de confraternização de final de ano – que ficou mais agitado e divertido com a publicação do best-seller de Amaury Ribeiro e com o desespero dos tucanos e da mídia privatista.

A idéia dos organizadores é que o debate se transforme num primeiro ato em apoio à criação da CPI da Privataria e que ajude a esquentar os motores para os protestos de rua em defesa da liberdade de expressão e contra as manipulações do latifúndio midiático, pensados para o próximo ano. Neste sentido, a presença de todas (os) é muito importante. Não deixe de participar e ajude a divulgar o debate.

Serviço:

Debate: “A privataria tucana e o silêncio da mídia”

Dia 21 de dezembro, quarta-feira, às 19 horas

Local: Sindicato dos Bancários de São Paulo (Rua São Bento, 413, próximo ao Metrô São Bento, SP)

Debatedores:

- Amaury Ribeiro Jr. – autor do livro “A privataria tucana”;

- Paulo Henrique Amorim – jornalista e blogueiro;

- Protógenes Queiroz – deputado federal e autor do pedido de criação da CPI da Privataria.

Promoção:

- Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé;

- Sindicato dos Bancários de São Paulo.

sábado, 17 de dezembro de 2011

PT se articula em Minas Gerais para eleições 2012

www.pt.org.br


Rui Falcão falou em entrevista sobre as alianças em Minas


Os presidentes (as) dos Diretórios Municipais e pré-candidatos às prefeituras dos municípios, com mais de 30 mil eleitores, em Minas Gerais, debateram sobre alianças e outros temas de interesse regional e nacional. Como adiantou em entrevista ao final da primeira parte do encontro, o presidente do PT, Rui Falcão.
Em referência ao seu estado natal, Rui Falcão sentiu-se a vontade para chamar MG de “nosso estado”, e falou das alianças para 2014: “A vitória em Minas é decisiva para 2014”. Falcão destacou ainda que já estão em andamento os debates sobre a posição do PT nas eleições locais. “Belo Horizonte tem debate no Diretório Municipal, e até 15 de janeiro é a data para a apresentação de propostas”.
Em solo mineiro, Falcão foi questionado sobre os ataques que o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel vem recebendo. O presidente expressou mais uma vez sua posição e a do Partido. “Nós já expressamos publicamente a nossa solidariedade ao ministro Fernando Pimentel. Ele tem uma história de luta, de vida digna, de atuação pública irreprochável”.

Nacional
Rui Falcão destacou que em todo o país o PT não irá fazer alianças, como era esperado pela militância, e aprovado no Congresso, com os partidos das oligarquias. “Não vamos fazer chapa. Não haverá no Brasil chapa com o PSDM, DEM e PPS”.
Governo Dilma
“Nosso governo tem ampla aprovação nacional, a companheira Dilma tem conduzido o país muito bem, assim como conduziu o Presidente Lula”. “Inclusive no contexto da crise mundial, ao contrario do que ocorreu na época do Fernando Henrique, dos tucanos, não há recessão, não há desemprego, há proteção a empresa nacional e o Brasil é hoje um exemplo de resistência à crise e de fortalecimento do mercado interno de geração de empregos”.

Lei abaixo a transcrição dos principais trechos da entrevista coletiva de Rui Falcão

PT mineiro

“Nós fizemos um seminário de planejamento eleitoral que reuniu dezenas de municípios do nosso estado, com um clima de muito otimismo e unidade, e com possibilidade de vitória em municípios importantes. E nós sabemos que a vitória em Minas é decisiva para 2014. E Belo Horizonte tem um debate no Diretório Municipal, muito quente com duas possibilidades. E até 15 de janeiro, o PT estabeleceu um prazo, para quem quiser apresentar proposta de apoio a candidato de outro partido se manifestar. E nós vamos ter seguramente até dia de 15 de janeiro proposta de apoio à reeleição do prefeito Márcio e há um movimento também de uma frente com candidatura diferente. E o Diretório Municipal não intervirá a não ser politicamente, e o Diretório Nacional não vai intervir, pois ele manifesta a sua opinião política, de que é importante ter uma aliança nacional com os partidos da base aliada. E a minha opinião pessoal,é de apoio à reeleição do prefeito Márcio Lacerda”.

“No dia 15 de janeiro se houver uma manifestação de 1/3 do Diretório Municipal, se instalada daí a um mês um encontro de delegados para definir se apoia o candidato de outro partido ou a candidatura própria”.
“Não vamos fazer chapa com o PSDB, e isso já esta definido no nosso congresso, e não haverá no Brasil chapa nem com o PSDB, nem com Dem e nem com o PPS”.
“Nós queremos propostas na prefeitura de Belo Horizonte, afinadas com o projeto nacional, obtivemos do prefeito Marcio Lacerda, o compromisso de que em 2014, ele estará com o PSB, como nós confiamos que o PSB a reeleição do nosso projeto, com a companheira Dilma, não vemos problema nenhum em que isto ocorra”.
“Nós não fazemos pressão sobre nenhum companheiro, o companheiro Roberto Carvalho é um companheiro que tem história, tem se conduzido muito bem nesta disputa, não há nenhuma razão para fazer pressão sobre ele”.

Ministro Fernando Pimentel
“É uma pessoa com história de luta, de vida digna, de atuação pública irreprochável, portanto nada existe para ele dar maiores explicações do que ele já deu”.
(Ricardo Weg e Gabriella Gualberto - Portal do PT)
(Transcrição Fabrícia Neves e Adriano Lozado – Portal do PT)

Rui Falcão fala sobre Pimentel, alianças em MG, governo Dilma e outros pontos

by ptbrasil

PT se articula em Minas Gerais para eleições 2012 Rui Falcão falou em entrevista sobre as alianças em Minas Os presidentes (as) dos Diretórios Municipais e pré-candidatos às prefeituras dos municípios, com mais de 30 mil eleitores, em Minas Gerais, debateram sobre alianças e outros temas de interesse regional e nacional. Como adiantou em entrevista ao final da primeira parte do encontro, o presidente do PT, Rui Falcão. Em referência ao seu estado natal, Rui Falcão sentiu-se a vontade para chamar MG de “nosso estado”, e falou das alianças para 2014: “A vitória em Minas é decisiva para 2014”. Falcão destacou ainda que já estão em andamento os debates sobre a posição do PT nas eleições locais. “Belo Horizonte tem debate no Diretório Municipal, e até 15 de janeiro é a data para a apresentação de propostas”. Em solo mineiro, Falcão foi questionado sobre os ataques que o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel vem recebendo. O presidente expressou mais uma vez sua posição e a do Partido. “Nós já expressamos publicamente a nossa solidariedade ao ministro Fernando Pimentel. Ele tem uma história de luta, de vida digna, de atuação pública irreprochável”. Nacional Rui Falcão destacou que em todo o país o PT não irá fazer alianças, como era esperado pela militância, e aprovado no Congresso, com os partidos das oligarquias. “Não vamos fazer chapa. Não haverá no Brasil chapa com o PSDM, DEM e PPS”. (Ricardo Weg e Gabriella Gualberto)
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  1. Rui Falcão fala sobre Pimentel, alianças em MG, governo Dilma e outros pontos

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Vamos de Iara Bernardi



O Partido dos Trabalhadores de Sorocaba estabeleceu como prioridade para este ano, escolher seu nome para a disputa de 2012 e avançar na construção da chapa proporcional. Para isso, foi escolhida uma comissão eleitoral, aprovado um calendário interno que encerrou no dia 27 de novembro, quando os filiados foram à sede democraticamente escolher Iara Bernardi para representar o partido nas eleições municipais.
Não faltaram esforços da direção para através do consenso construir um único nome. Quatro plenárias regionais foram realizadas, começando pela vila Hortência, depois vila Jardini e Fiori e por fim, uma especifica com os sindicalistas petistas. Não foi possível ao longo do processo chegar a esse objetivo, tendo então que acionar a prévia, um instrumento democrático para definir nosso nome.
Destacar duas lideranças que tiveram papel importantíssimo durante a escolha: Paulinho Estausia, presidente do Sindicato dos Rodoviários, que colocou seu nome a disposição do partido, contribuindo muito na mobilização, no debate do partido, sempre com muito respeito e ao final da apuração, disse que o partido estará unido para a vitória de 2012. Outro destaque é o deputado Hamilton Pereira, que havia se colocado na disputa, mas sempre afirmando que não disputaria internamente. Em setembro, percebendo que poderiam existir as prévias, numa reunião da Executiva com a Comissão Eleitoral, se retira para facilitar o consenso, num gesto de grandeza.
Agora com a definição da candidatura majoritária, a prioridade é a de definir nossa chapa proporcional, elaborar o programa de governo, nossa proposta é ouvir a sociedade através de mecanismos que iremos definir, política de alianças e planejamento e organização da nossa pré-campanha. Parabéns a Iara Bernardi e aos militantes do PT!
José Carlos Triniti Fernandes - Presidente do PT de Sorocaba

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Resolução Política do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores

FONTE: www.pt.org.br

Leia aqui a íntegra do documento, que teve a redação final aprovada nesta terça-feira (13) pela Executiva Nacional do PT.


RESOLUÇÃO POLÍTICA DO DIRETÓRIO NACIONAL DO PT
Aumenta o contraste entre o neoliberalismo em crise nos países até agora chamados de “desenvolvidos” e o desenvolvimento na América Latina e em outras regiões do mundo. A recente criação da Comunidade dos Estados Latinoamericanos e Caribenhos (Celac) e também com o anúncio, feito pela Unasul, de grandes investimentos estruturantes na região são demonstrações evidentes de que o cenário latino-americano segue distinto daquele que prevalece na Europa, Estados Unidos e Japão.
Isto acontece porque em importantes países da região, o povo elegeu governos comprometidos com políticas desenvolvimentistas, nas quais o Estado tem um importante papel regulador, coordenador e indutor, e que se caracterizam pela ampliação do mercado interno, na integração regional, combinadas com políticas de ampliação da qualidade de vida e da democracia. As recentes eleições na Nicarágua e Argentina confirmam isto.
Um dos principais desafios dos governos progressistas e de esquerda latino-americanos (e caribenhos) é, exatamente, garantir que o processo de desenvolvimento que está em curso na região seja mantido, aprofundado e que não seja bloqueado pela crise internacional.
O mundo está imerso em uma crise profunda, de longa duração e de conseqüências imprevisíveis. Trata-se de uma crise do capitalismo neoliberal, acentuada pelo declínio da hegemonia dos Estados Unidos e pelo deslocamento do centro geopolítico mundial, do Norte para o Sul e do Ocidente para o Oriente.
Frente a esta crise, os governos dos Estados Unidos, da Europa e do Japão insistem em soluções neoliberais e acentuam um comportamento imperialista, que visa ter controle sobre regiões produtoras de matérias-primas. As ameaças contra o Irã, se levadas a cabo, podem desembocar em uma guerra em larga escala, desfecho que a política externa do Brasil busca sempre impedir.
A política monetária expansionista dos Estados Unidos e o ajuste fiscal ortodoxo na Europa constituem diferentes expedientes para transferir o custo da crise para as camadas populares de seus próprios países e para as periferias do mundo.
Os resultados da crise e a ação das forças conservadoras da Europa e EUA estão solapando e tentando destruir conquistas sociais e, para atingir este objetivo, incentivam um ambiente de conservadorismo e desrespeito à democracia. O cancelamento do plebiscito na Grécia é um indício nessa direção.
A crise internacional de 2008, e os seus desdobramentos atuais, tem como causa principal a hegemonia das forças políticas neoliberais que ascenderam ao poder nos anos 80 nos países até agora chamados “centrais”. Essas forças alinhadas ao mercado promoveram privatizações, aprofundaram desigualdades sociais e atacaram conquistas sociais e democráticas dos trabalhadores. Uma de suas ações principais foi a desregulação do sistema financeiro, que resultou em uma escalada especulativa sem precedentes, na alavancagem abusiva de alguns dos maiores bancos do planeta, obrigando muitos países a multiplicarem sua dívida soberana para salvarem instituições privadas que demonstraram não ter nenhuma responsabilidade ou compromisso social. A crise, profunda, de longa duração e de conseqüências imprevisíveis tem levado de roldão milhões de empregos, benefícios sociais, governos e partidos que se dobraram ao poder do capital financeiro, este sim principal fautor e beneficiário da crise. Assume uma dimensão política, que fica evidente com os resultados eleitorais recentes, com os protestos sociais crescentes e com as soluções tecnocráticas adotadas na escolha do primeiro-ministro da Itália e da Grécia. Trata-se, ao mesmo tempo, de uma crise do modelo da gestão e dos valores do neoliberalismo.
A crise é agravada pela atitude dos partidos social-democratas europeus, que não conseguiram construir uma alternativa consistente às políticas neoliberais, e acabaram por se render a elas. Na Grécia, Espanha e Portugal os partidos social–democratas cederam às imposições da direita que comanda a União Européia e assumiram como suas as medidas antipopulares, sem apontar os verdadeiros culpados pela crise nem buscar alternativas democrático-populares para enfrentá-la. Isto ajuda a entender por quais motivos as fortes mobilizações sociais que vem ocorrendo em diversos países europeus, não impediram a vitória dos partidos de direita nas recentes eleições em Portugal e Espanha.
A crise está afetando, em maior ou menor medida, todos os países, inclusive os chamados BRICS. A depender do impacto que tenha sobre a China, que possui vínculos profundos com os Estados Unidos, a crise pode se tornar ainda mais profunda.
O Brasil conseguiu resistir aos efeitos do primeiro momento da crise em 2008/2009, segue resistindo e deve aproveitar o momento para dar um salto no seu processo de desenvolvimento.
Ao contrário dos vaticínios da oposição e na maré oposta da Europa, nos oito anos do governo Lula e neste primeiro ano do mandato da presidenta Dilma Rousseff, o Brasil segue na rota do crescimento econômico com geração de empregos, distribuição de renda e inclusão social. Diante da crise, nosso governo vem adotando medidas adequadas, sendo as mais recentes a decisão de reduzir a taxa Selic, a expansão responsável do crédito e a proteção à indústria nacional, que deve se apoiar em medidas cambiais, na expansão do mercado interno e do emprego. Além do que, prossegue na valorização do salário mínimo, no empenho para erradicar a pobreza extrema, na ampliação dos programas sociais, no fortalecimento do SUS, no combate ao crime organizado e na prioridade na elevação da qualidade do ensino público no País.
Agora, frente à crise internacional, é preciso combinar de forma mais arrojada a integração econômica e política da América Latina com um conjunto de variáveis necessárias no plano interno para elevar o investimento público, ampliar o emprego e as políticas sociais, elevar os ganhos das classes trabalhadores, da agricultura familiar e dos setores médios urbanos. Entre essas variáveis destacam-se a aceleração da queda sustentável da taxa de juros e a proteção da indústria nacional, incluindo medidas cambiais.
Vale ressaltar que a recente atualização da metodologia de cálculo do IPCA, possibilitada pelos estudos do IBGE, confirma ser possível manter a inflação no centro da meta traçada pelas autoridades econômicas. E viabiliza reduzir com mais segurança a taxa Selic, bem como baixar o spread bancário, que onera em demasia o crédito ao consumidor.
O PT, que vem apoiando as iniciativas de enfrentamento da crise, acha importante que os formuladores da política econômica do governo analisem alternativas que têm sido propostas por organizações progressistas, tais como uma regulação mais rigorosa do sistema financeiro mundial, a implantação de uma taxa sobre transações financeiras internacionais, bem como a implantação do chamado piso de proteção social em países onde a crise é mais aguda. Opções nesta direção vêm sendo estudadas por economistas progressistas, agora reunidos na Rede Desenvolvimentista, com quem nos congratulamos.
O nosso compromisso com o crescimento econômico, com a distribuição de renda, com o combate à pobreza e o fim da miséria, base do nosso projeto democrático e popular, é essencial para a disputa política contra a direita. Mas essa base material e social só se efetiva politicamente com a construção da hegemonia democrática e popular, de perspectiva socialista, representada pelo nosso projeto de país e de mundo, como orientou nosso 4o. Congresso.
Ao reconhecer que “é mais fácil falar do futuro do Euro do que o do PSDB”, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso reconheceu a profunda crise programática do neoliberalismo brasileiro. Descreveu a nau sem rumo em que se converteu o principal partido da oposição conservadora do país. Se o Brasil ainda estivesse sob o jugo dos tucanos estaria arremetido no turbilhão da crise internacional, com milhões de desempregados e se veria face a novas privatizações e ameaças à soberania nacional.
Isto não significa que devamos subestimar a oposição, que conta com forte apoio na mídia e no Congresso, em setores do grande empresariado, dirige governos importantes e, mesmo sendo minoritária na sociedade, possui bases eleitorais significativas. Sua ação, no entanto, hoje se desenrola no plano das denúncias sem coragem de assumir suas concepções econômicas e sociais que são da mesma natureza daquelas geradoras da crise internacional.
Uma das maneiras de enfrentar a direita é contribuir para aprofundar os esforços que o governo Dilma vem fazendo para aperfeiçoar a democracia. São significativos os avanços com a sanção da Lei do Acesso à Informação e a criação da Comissão da Verdade, cujas investigações poderão apoiar a busca por justiça a que têm direito as famílias das vítimas da repressão.
O governo Dilma prossegue garantindo a participação popular na definição das políticas governamentais com a realização de conferências nacionais, no diálogo com os movimentos sociais—que precisa ser amplificado—, nas iniciativas que valorizam a presença das mulheres na política, nas ações de afirmação da igualdade racial e de combate ao preconceito.
Coerente com sua luta contra a corrupção sistêmica no Estado brasileiro, inclusive tendo companheiros assassinados e muitos em constante ameaça por esta causa, o PT reafirma seu apoio ao sistemático trabalho preventivo e de controle republicanos. A construção da Controladoria Geral de União, o investimento na profissionalização e na autonomia operacional da Polícia Federal, os portais da transparência das contas públicas, os novos sistemas públicos de auditagem nos repasses das verbas federais para os municípios, o investimento na formação de uma ética pública cidadã indicam um inédito padrão republicano de combate à corrupção conquistado nos governos Lula e Dilma.
Corrupção não é um problema apenas do Estado, mas das relações entre os interesses econômicos – sobretudo os mais poderosos – com o Estado. Por isso, para nós, é fundamental a participação e o controle dos cidadãos na gestão do Estado, a construção de procedimentos republicanos que promovam e assegurem o interesse público, e também o financiamento público das campanhas eleitorais.
Persistem ainda os desafios maiores e de mais longo prazo - muitos deles resultantes dos períodos de baixo crescimento e descaso para com o desenvolvimento nacional, como nas décadas de 80 e 90 – e exigem atenção redobrada e políticas inovadoras, visando ao desenvolvimento nacional. Continuam na ordem do dia os gargalos na infra-estrutura e a redução da desigualdade social, apesar de avanços na infraestrutura e da enorme inclusão promovida pelos nossos dois governos.
É papel do nosso partido defender os direitos dos trabalhadores e somar-se às suas lutas históricas no caminho do fortalecimento da classe trabalhadora nas relações capital/trabalho e nas conquistas de avanços no mundo do trabalho, como a redução da jornada e melhorias salariais. Contribuirá para isso instituir o princípio da negociação coletiva nas relações trabalhistas, o respeito à organização sindical autônoma, enfim, um sistema amplamente democrático de relações do trabalho, com liberdade e autonomia sindical, através da adoção pelo Brasil da Convenção 87 da OIT.  Estas questões se revestem de fundamental importância para resistir à nova ofensiva conservadora e neoliberal que pretende a jogar a solução para a crise na flexibilização dos direitos dos trabalhadores. Ademais, o fortalecimento da classe trabalhadora e a melhoria da renda são imprescindíveis na estratégia da defesa da economia nacional e dinamização do mercado interno.
No debate em curso a respeito dos royalties do pré-sal, que aguarda decisão do Congresso Nacional, o PT entende que o Pré-Sal é o nosso passaporte para uma revolução educacional, científica e tecnológica, e não cabe ser reduzido nem a instrumento de uma genérica distribuição difusa de recursos entre entes federativos, nem a uma panacéia para todos os problemas nacionais.
O DN denuncia o comportamento da multinacional Chevron, que, concessionária de área de exploração, deve ser rigorosamente responsabilizada pela prática de crime ambiental. A concessionária Chevron foi flagrada mentindo sobre as causas e sua própria reação ao acidente no “campo de frade” sob sua responsabilidade. Enquanto as evidências apontam para sua tentativa de extrapolar a concessão penetrando na área do pré-sal, a direção da Chevron partiu para intriga e acusações à Polícia Federal, ao Ministério das Minas e Energia e a Agência Nacional de Petróleo. O PT reafirma seu apoio à revisão da legislação do petróleo, ora em curso no Congresso Nacional, e considera que a Chevron deve ser tratada com toda a firmeza prevista na legislação.
Tal episódio chama a atenção para as tarefas do desenvolvimento ambientalmente sustentável, que requerem providências próprias e a consideração de diferentes variáveis que assegurem um desenvolvimento de longo prazo ao país em harmonia com a necessária saúde ambiental. Exemplo disso é a política de redução de emissão de gases de efeito estufa onde o Brasil assume a meta de até 38% de redução de CO2 até 2020 e o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, que visa solucionar o problema dos lixões que hoje atinge mais de 70% dos municípios brasileiros. O Brasil está entre os países com o maior sistema de energia limpa do mundo, e deve continuar avançando no uso de tecnologias que buscam equacionar a qualidade da energia oferecida com a redução de danos sócio-ambientais.
Na recente Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima de Durban, a COP-17, ficaram evidentes os avanços do Brasil no que tange a consecução das metas estabelecidas em Copenhague. No combate ao desmatamento, em 2011 o Brasil alcançou uma redução de 66% em relação à média de desmate verificada entre os anos de 1996 e 2005. Isso se refletiu na redução das emissões de CO2 desde 2005 até hoje, resultado este que possivelmente coloca o Brasil na liderança mundial no ranking de redução de emissões. A COP-17 contou também com decisiva participação da representação brasileira, possibilitando diversos avanços, destacando-se a prorrogação do protocolo de Kyoto, a viabilização do Fundo Verde Climático, e a criação de um novo acordo climático que deve vigorar a partir de 2020, com a participação agora dos EUA e da China.
A Conferência Rio + 20, antecedida do FSM temático em Porto Alegre, será um momento político importante para a contraposição desses modelos antagônicos. Será uma oportunidade de reafirmar, em articulação com outros governos, partidos e movimentos sociais progressistas e de esquerda na América Latina e no mundo, a superioridade do modelo de desenvolvimento democrático e popular que defendemos sustentável tanto do ponto de vista ambiental quanto social, com eliminação da pobreza, redução das desigualdades, distribuição de renda e da riqueza e aprofundamento da democracia. Será, também, uma excelente oportunidade de prosseguir nosso protagonismo na defesa do desenvolvimento com sustentabilidade ambiental, tal como o fizemos na Conferência Mundial do Clima, em Copenhague, na recente Conferência de Durban e tal como tem feito o nosso partido no Congresso Nacional na votação do Código Florestal.
A crise internacional é uma ocasião para recolocar em nossa ação governamental, no Congresso Nacional e, na ação do partido como nossos aliados, na sociedade a Reforma Tributária, não apenas como uma redivisão e reoganização federativa dos tributos, mas que, defendendo o papel decisivo dos tributos para o Estado exercer seu papel no desenvolvimento e na distribuição da riqueza, enfrente desde já, com ousadia, a questão da progressividade tributária, taxando mais os mais ricos e menos as classes populares, ao contrário do sistema regressivo ainda vigente.
No conjunto de nossas tarefas, a reforma política—que institua o financiamento público exclusivo das campanhas eleitorais, as listas partidárias, a ampliação da participação popular, da paridade de gêneros, entre outros aspectos – continua em pauta, ainda que adiada no Congresso Nacional. Esta é uma bandeira do PT, que continuaremos empunhando antes, durante e depois da campanha eleitoral próxima.
Igualmente devemos prosseguir na luta pela democratização da comunicação, aprovando no Congresso o Marco Civil da Internet, além da instituição do Marco Regulatório, tal como detalhado na Resolução deste DN sobre comunicação.
O processo de formação da opinião pública democrática no país está gravemente privatizado, controlado por grandes empresas de comunicação, o que tem resultado em fortes restrições ao pluralismo de opiniões, distorção ou censura sistemática de informações, além do silenciamento de vastos setores da população (trabalhadores, negros, pobres, mulheres), que não têm seus interesses, aspiração e direitos acolhidos na agenda desta mídia empresarial. Lutamos por mais democracia na comunicação, mais liberdade de expressão, mais pluralismo na opinião e na informação, mais direito de fala a aqueles que nunca tiveram voz na história brasileira.
O PT tem dedicado sua organização e ação partidária, com grande unidade, à defesa de nosso governo e de nosso projeto nacional referendado pela maioria da sociedade brasileira nas eleições de 2010. Ao mesmo tempo tem desenvolvido outras tarefas históricas que lhe cabem, como a luta por novos avanços no sentido da igualdade econômica, política e social, o aprofundamento da democracia, a contínua relação com os movimentos sociais, buscando dialogar seja com as mais conhecidas formas de organização da sociedade civil, seja com os novos atores sociais, especialmente a juventude que se apropria mais facilmente de novas formas de comunicação e que busca novas formas de ação política. Este será um dos nossos maiores desafios políticos, que ainda não resolvemos: entender e integrar com sua especificidade, no nosso projeto nacional socialmente justo e soberano, a contribuição inovadora da juventude.
Realizamos em setembro a segunda fase do nosso 4º Congresso Nacional, cujo tema central era a reforma do Estatuto. Os resultados deste Congresso mostraram que persiste viva em nosso partido a construção de uma sociedade pautada pelos ideais da igualdade política, social e econômica, simbolizada neste Congresso especialmente pela aprovação da paridade entre mulheres e homens nas direções e demais organismos e representações partidárias, também pela aprovação de outras medidas como a representação étnico-racial e a representação da juventude nas direções partidárias e construção de uma forte instância da juventude organizada por diretrizes construídas em seus congressos próprios, tais como o 2º Congresso realizado em novembro.
O 4º Congresso do PT reafirmou também que as campanhas de filiação ao partido e as decisões internas devem conciliar o crescimento numérico com nossa unidade ideológica, de tal modo que o PT continue a se referendar nos valores do socialismo democrático e na sua contínua atualização como tarefa coletiva. É fundamental que todas as instâncias partidárias assumam a campanha de filiação deflagrada pelo nosso programa de TV e que deverá estar de acordo com as mudanças estatutárias realizadas pelo 4o. Congresso.
É para sustentar e ampliar o apoio ao nosso projeto nacional que entramos na disputa eleitoral de 2012. Como já enfatizamos em resoluções anteriores, as eleições municipais serão um momento de fortalecimento do PT, principal partido dos que dão respaldo ao governo Dilma—o que exige muita unidade interna entre nós, harmonizando no objetivo comum as aspirações individuais. Neste aspecto, por sinal, a definição de candidaturas em São Paulo e Porto Alegre atestam a disposição da militância de entender a unidade como um instrumento para chegar à vitória nas urnas.
As eleições de 2012 serão uma oportunidade para defender nosso projeto democrático de desenvolvimento, de universalização de direitos e de instituição de novos direitos sociais, projeto que geralmente sintetizamos como modo petista de governar, eficiente, inovador e transformador.
As eleições serão também um momento de unidade programática com nossos aliados, compreendendo a necessidade de alianças que devem levar em conta a legítima aspiração de cada partido ao seu crescimento e a posição relativa de força de cada um na sociedade. Para avançar neste caminho complexo, o 4º Congresso Nacional do PT definiu as diretrizes gerais que serão nosso guia político neste processo, a Escola Nacional de Formação dirigirá um trabalho sistemático de formação específica para nossas candidaturas, e a Direção Nacional, especialmente através de sua Comissão de Acompanhamento das Eleições de 2012, com as Comissões Executivas Estaduais, acompanhará e incidirá, dentro das normas estatutárias, para o sucesso de nosso projeto nacional em mais este momento da democracia e das instituições brasileiras.
Diretório Nacional do PT
13 de dezembro de 2011

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Próxima reunião Executiva do PT será no dia 13 de fevereiro


Reunião executiva definiu calendário de reuniões e discutiu resultados de prévias eleitorais e calendário dos encontros setoriais
Por Cezar Xavier, Imprensa Presidência PT Estadual
Quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
Em sua última reunião do ano ocorrida nesta segunda (5 de dezembro), a Comissão Executiva do PT-SP aprovou seu calendário de reuniões para 2012. O próximo encontro da direção estadual, sob a coordenação do presidente do PT-SP, deputado estadual Edinho Silva, ocorrerá no dia 13 de fevereiro. O Diretório se reunirá em 3 de março
As reuniões executivas serão sempre às segundas-feiras, mantendo-se quinzenais durante o resto do ano. Os diretórios continuarão sendo aos sábados, mantendo-se encontros mensais. Nos meses eleitorais de outubro e novembro, o calendário previu um arranjo adequado aos pleitos, com previsão de realização de um Seminário de Balanço Eleitoral no dia 24 de novembro.

A direção do partido aproveitou o encontro desta segunda pra conhecer e avaliar o resultado das prévias eleitorais deste domingo (4 de dezembro). Foram cinco cidades que definiram sua pré-candidatura majoritária: 

Iara Bernardi venceu a prévia em Sorocaba com 273
votos (63%)
 contra Paulo Estausia (158 votos). Em Sete Barras, a vitória foi de Milton Ribeiro por uma diferença de um voto sobre Alexandre, 33 (51%) contra 32 votos. Poá definiu que Ali Sami El Kadri sera o candidato com uma diferença de 116, ou 60% dos votos, sobre Rosenil. Votaram 587 filiados de Poá. Em Suzano, com mais de 2.800 votantes, a prévia será decidido em segundo turno entre Célia Bortoletto que recebeu 883 votos contra 700 de Valdecir Stuani. Indaiatuba elegeu Alexandre Perez, que venceu com 63 votos (53,4%) contra 55 de Jânio Ribeiro. Marília transferiu sua prévia para o dia 18/12 e Caçapava fará a sua nesse mesmo dia.

Militância setorial

O secretário de Movimentos Populares e Políticas Setoriais, Antonio Storel, apresentou o calendário dos encontros setoriais, que culmina no fim de semana de 24 e 25 de março com o Encontro Estadual e 28 e 29 de abril com o Encontro Nacional. Storel quer mobilizar, desde já, cerca de 2500 militantes dos 19 setoriais e 4 secretarias setoriais (agrária, meio ambiente e desenvolvimento, sindical e cultura), já que, após o recesso, haverá pouco tempo para tamanha organização. Ele ressalta que o prazo para opção setorial vai até 29 de janeiro.

“Este grande encontro unificado será um momento importante do PT no primeiro semestre, quando vamos animar essa turma para a disputa eleitoral que faremos”, ressaltou o dirigente. Para ele, mais que definir diretrizes de políticas setoriais para eleições, eleger suas coordenações e delegações ao Encontro Nacional, o importante é conseguir organizar as bases sociais do PT. Será também a primeira vez que coordenadores e secretários serão eleitos com mandatos de 4 anos.

Storel avalia que após o 4o. Congresso, o PT tem feito um esforço de abrir espaço maior de participação militante nas direções, como a definição sobre a paridade feminina e o estímulo à participação jovem nas direções. “Este encontro estadual virá na mesma linha de ampliar o espaço de debate e intervenção da militância”, enfatiza. Pela dimensão que têm, Juventude, Mulheres e Combate ao Racismo fará encontros próprios. 

O calendário da Escola de Formação e o planejamento financeiro das Secretarias Estaduais ficaram para rediscussão na próxima reunião de 13 de fevereiro.

Confira o calendário de Encontros Setoriais e de reuniões ordinárias da direção partidária:

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

PT oficializa Eliam Bianchi, "Chumbinho" como pré-candidato a prefeito em São Roque



No sábado, dia 03/12, o Partido dos trabalhadores de São Roque lançou a seu pré-candidato a prefeito.
Em evento realizado na Câmara Municipal de São Roque o partido apresentou Eliam Bianchi, o “Chumbinho”, como pré-candidato a prefeito nas eleições do ano que vem.  Na oportunidade aproveitou também para lançar sua chapa de vereadores.
Estiveram presentes militantes, filiados e simpatizantes.  A mesa foi composta pela presidente do PT em São Roque, Sonia Mendes, vereador Júlio Mariano, deputados estaduais, Hamilton Pereira e Geraldinho Cruz, secretário de finanças do Diretório Estadual, Irineu Casemiro e Ricardo Campolim representou o PT de Vargem Grande Paulista.
Todos enalteceram a importância do partido em ter uma candidatura própria e principalmente às qualidades de Eliam Bianchi “Chumbinho” para conduzir esse processo.  Após o evento foi realizado um churrasco de confraternização na chácara do vereador Julio Mariano.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

A lama começa a aparecer


O desmando do governo tucano na Assembleia Legislativa de São Paulo é posto em xeque
Por: Raoni Scandiuzzi
Publicado em 18/11/2011
A lama começa a aparecer
A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) tem 94 deputados, 3.000 funcionários e orçamento anual de R$ 660 milhões. Desfruta da conveniência da imprensa comercial – que costuma se indignar com denúncias de Brasília e blindar o governo paulista. A maioria dos parlamentares submete-se em silêncio ao comando do Palácio dos Bandeirantes, onde, desde 1995, a morada do chefe do Executivo é também um ninho tucano. Em troca de investimentos e apoios aos seus interesses eleitorais, deputados da base aliada mantêm o governador do estado livre de qualquer dor de cabeça.
A responsabilidade da Alesp não é pequena. Lá se discute e aprova o Orçamento do estado – R$ 140 bilhões em 2011 – e se deve fiscalizar sua correta aplicação. É onde são tratadas leis importantes para a sociedade, desde uma que poderia proibir a venda de porcarias de alto teor calórico em cantinas de escolas públicas até outras que autorizaram o governo a vender o patrimônio estratégico – como do setor elétrico, do Banespa e da Nossa Caixa, a concessão de estradas e ferrovias. É lá também que a transparência da gestão pública deveria ser garantida, porém é onde o governo sabe que denúncias e pedidos de instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) serão varridos para baixo do tapete.
O domínio do Executivo na Casa combina as indicações a cargos públicos, o compartilhamento do poder regional e a administração da liberação de recursos provenientes das emendas parlamentares ao Orçamento do estado. A maioria governista, por sua vez, joga o jogo quase sempre sem ser incomodada pela imprensa, de modo que a agenda da Alesp pouco repercute na opinião pública. Quantas vezes você leu, ouviu ou viu notícias de que os deputados paulistas investigaram uma suspeita de superfaturamento em contratos do Metrô ou de abusos da Polícia Militar – seja na forma violenta como age na USP, seja como persegue pobres na periferia ou reprime movimentos sociais?
Falhas no gerenciamento dos partidos da base, porém, levaram alguns parlamentares do PTB – aliado dos tucanos no plano estadual desde sempre – a se incomodar com o governo Geraldo Alckmin. Em consequência do desprestígio e da redução de recursos repassados à Secretaria do Esporte, comandada pelos petebistas, o maior cacique do partido, Campos Machado (PTB), vinha em uma intensa investida contra o governo, cobrando constantemente mais atenção às questões levantadas pelo partido.

Balaio de repasses

 Roque Barbiere: “Entre 25% e 30% dos deputados da Alesp vendem emendas” (foto: Alesp)
Essas faíscas no relacionamento causaram descontentamento, até que o deputado Roque Barbiere (PTB), em seu sexto mandato, aborreceu-se e chutou o balde. Disse ter ficado “de saco cheio” com tantas irregularidades permeando o submundo da Alesp e, em uma entrevista ao site do jornal Folha da Região, de Araçatuba, em meados de setembro, criticou o funcionamento do sistema de emendas parlamentares. Afirmou que de 25% a 30% dos deputados “vendem” a cota de emendas a que têm direito todos os anos em troca de abocanhar parte dos recursos liberados. E assegurou, sem revelar nomes, que o governo Alckmin foi alertado sobre o fato.
O secretário de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, deputado licenciado Bruno Covas, confirmou a existência do esquema em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, na qual chegou a citar o caso de um prefeito que ofereceu 10% de uma emenda no valor de R$ 50 mil, que garantiu não ter aceitado. Semanas depois, Covas foi convidado a dar explicações sobre o caso ao Conselho de Ética da Alesp. Mas não apareceu. Apenas enviou carta em que afirma que seu relato ao jornal seria uma situação hipotética e didática, usada em palestras, encontros e conversas “para afastar qualquer tentativa de abordagem inadequada”. No Ministério Público do Estado, o promotor Carlos Cardoso decidiu abrir inquérito para apurar o escândalo. Para ele, não pareceu ser apenas um exemplo didático.
No dia em que Bruno Covas deveria ter comparecido ao Conselho de Ética, um levantamento divulgado em seu site indicava que, somente em 2010, ano eleitoral, seu gabinete havia conseguido o repasse de R$ 9,5 milhões em emendas solicitadas para diversos municípios paulistas. O valor excede em quase cinco vezes o limite permitido a cada parlamentar – R$ 2 milhões anuais. Covas, o deputado estadual mais votado em outubro, com 239.150 votos, foi também o relator do Orçamento geral do estado para 2011. Procurado, não falou com a reportagem. Desde a entrevista, não traz explicações sobre o assunto. Por meio de sua assessoria, justificou que o levantamento trouxe emendas de anos anteriores, pagas somente em 2010, e outras obras eram pedidos do governo, e não dele. E que deseja evitar o uso político do episódio.
Bruno Covas confirmou esquema em entrevista (foto: Agência Câmara)
Em 12 de outubro, o governo se responsabilizou por divulgar todos os recursos oriundos de emendas no site da Secretaria da Fazenda. A relação foi publicada em 4 de novembro. Nela, o presidente da Alesp, deputado Barros Munhoz (PSDB), aparece como campeão de indicações, respondendo pelo empenho de R$ 5,6 milhões somente no ano passado. Segundo o mesmo documento, Bruno Covas tem R$ 2,2 milhões em emendas. No entanto, um breve cruzamento de dados basta para demonstrar que essa lista oficial não é confiável. O próprio site do deputado licenciado informara um montante quase cinco vezes maior. Outro exemplo: tanto sua página eletrônica como a da Prefeitura de Sales divulgam uma emenda no valor de R$ 100 mil para a construção da Praça Floriano Tarsitano na cidade. Na relação distribuída pelo governo o recurso nem aparece.
O deputado Major Olímpio (PDT) também atesta falhas no documento oficial. Em 2009, ele propôs uma emenda no valor de R$ 210 mil para a compra de equipamentos para a Santa Casa de Presidente Venceslau. Na última hora, o recurso foi vetado, devolvido ao Tesouro estadual e mais tarde apropriado por indicação do deputado Mauro Bragato (PSDB), destinando a verba para a mesma unidade de saúde, agora a pretexto de pagamento do 13º salário dos funcionários. Na relação do governo, porém, o recurso ainda aparece como aquele indicado por Olímpio.

Emendas e indicações

Para explicar os exageros cometidos através das conhecidas emendas, o governo do estado utilizou outra terminologia para classificar a verba. O secretário da Casa Civil, Sidney Beraldo, assegurou que “emenda parlamentar não existe em São Paulo, até agora é indicação”. Ele se mostrou confiante no rigor do estado em não permitir que o limite seja extrapolado. “Essas liberações são feitas com o maior critério, às vezes dá a impressão de que o estado não tem controle de nada, a sociedade não controla. Controla, sim”, defendeu o secretário.
Beraldo foi desmentido alguns dias depois pelo líder do governo tucano na Assembleia e colega de partido, deputado Samuel Moreira (PSDB): “Não tinha diferenciação entre emendas e indicações, na verdade realmente se misturavam dentro do governo, porque não eram separadas antecipadamente no Orçamento”, contou. E afirmou, ainda, que o limite nunca deteve os deputados. “As indicações eram feitas lá no governo, às vezes se misturam porque o deputado, no decorrer do mandato, acaba fazendo outras indicações.”
Para o líder do PT na Assembleia Legislativa, Enio Tatto, a falta de organização do governo tem motivo. “É ‘bom’ ser desorganizado nesses momentos. Essa confusão de indicação e de emenda, que no fundo são a mesma coisa, é uma mercadoria de barganha para a hora de negociar projetos e evitar fiscalizações”, descreveu o líder do PT.
Até o início das denúncias, todas as emendas ou indicações de parlamentares eram mantidas em sigilo pelo estado. Após o escândalo, o governo se comprometeu, no dia 12 de outubro, a dar publicidade a todos os recursos empenhados desde 2007. Quase um mês depois a relação foi divulgada, mas traz irregularidades e esconde fatos. A oposição acredita que a demora na divulgação foi para que o governo tivesse tempo de omitir dados para diminuir a exposição de aliados.

‘Siamo tutti buona genti’

Presidente do Conselho de Ética, Helio Nishimoto (PSDB) e Campos Machado (PTB)
O esquema de venda de emendas ativou o Conselho de Ética da Assembleia Legislativa paulista, que passou a se reunir em setembro em torno do escândalo. O assunto, porém, foi sufocado pelos integrantes da base aliada de Alckmin. Dos 18 requerimentos apresentados pelos deputados da oposição, somente três foram aprovados, 11 foram rejeitados e outros quatro nem chegaram a ser votados, graças à manobra do petebista Campos Machado para encerrar precocemente os trabalhos do conselho, no dia 27 de outubro.
Campos Machado protagonizou a operação abafa chefiada por Alckmin, corroborada pelo presidente do conselho, Hélio Nishimoto (PSDB), e executada pelos demais governistas no órgão. Machado propôs que fossem encerradas quaisquer investigações pela Assembleia – inclusive a possível instalação de uma CPI para aprofundar a apuração – e que fosse encaminhado um relatório final ao Ministério Público, para que este conduzisse eventual investigação.
O tal relatório, apresentado sete dias depois, não continha informação relevante, pois não houve nenhuma apuração por parte do Conselho de Ética, que não contou sequer com a presença dos convidados a colaborar com o processo. Para o deputado João Paulo Rillo (PT), suplente no conselho, o documento apresentado pelo relator, José Bittencourt (PSD), “sai do nada e caminha cinicamente a lugar nenhum”. Rillo acusou a base de Alckmin de transformar qualquer possibilidade de apuração em pizza. “Para mim e para a população, o resumo do Conselho de Ética seria a seguinte frase, que vou proferir em italiano: siamo tutti buona genti, siamo tutti ladrone. É a dor que cada um tem de ter, pois é como se comporta nesta casa.”
O deputado Luiz Claudio Marcolino (PT), um dos dois membros da oposição a integrar o Conselho de Ética – completado por outros sete situacionistas –, afirmou que o encerramento precoce dos trabalhos agrava um quadro de falta de transparência. “Se tivesse compromisso com a transparência, o governador Alckmin teria liberado seus secretários para comparecer ao conselho e disponibilizado as informações requeridas para os esclarecimentos.” Marcolino ressaltou que uma CPI permitiria apurar melhor e encaminhar mais informações ao Ministério Público. “Não podemos aceitar que o conselho não cumpra com uma de suas funções, que é dar satisfação à sociedade, uma vez que a denúncia atinge todos os deputados.”
Momentos antes de a base de Alckmin sepultar o assunto, afirmações do deputado Major Olímpio mantiveram a lama em evidência e acrescentaram capítulos ao escândalo. O pedetista mencionou seu colega de bancada Rogério Nogueira como um beneficiário do sistema de emendas. E apontou, ainda, uma personagem, presidente do Centro Cultural Educacional Santa Tereza, do bairro paulistano de Campo Grande, que poderia testemunhar vários casos de assédio por parte de parlamentares, com a oferta de recursos para sua ONG, na forma de emendas, em troca de comissões (leia quadro na página 12).
No mesmo dia em que o conselho encerrou os trabalhos, cerca de 500 manifestantes foram à Assembleia para pressionar os parlamentares a dar continuidade à investigação. A oposição concentra esforços para alcançar as 32 assinaturas necessárias para instalar uma CPI para investigar o escândalo – até o fechamento desta edição, faltavam duas. “A CPI terá poder de convocar, apurar, detalhar e colocar às claras todas as denúncias”, disse o deputado petista Carlos Grana. Entretanto, o tucano Barros Munhoz não pensa em São Paulo como seus colegas tucanos no Congresso Nacional, sempre ávidos por uma comissão: “Em CPI, no Brasil, mais ninguém acredita. É conversa mole, para enganar”, desdenhou o presidente a Assembleia Legislativa do maior estado da Federação.
Colaborou Tatiana Melim

Como funcionam as emendas
Emendas parlamentares, chamadas tecnicamente pelo governo de indicações, são fatias do orçamento geral do estado que podem ser direcionadas para fins apontados pelos deputados. O mecanismo torna legítima a solicitação dessas fatias para, em tese, atender a uma demanda da base eleitoral do parlamentar. Assim, quando o estado elabora sua peça orçamentária, deve levar em conta que parte dela será destinada a essas indicações – que podem somar no máximo R$ 2 milhões anuais por deputado.
O problema é que desde que esse mecanismo foi criado no estado, em 2006, os deputados que compõem a oposição cobram um reparo na lei, de modo que todo o processo, a partir da indicação pelo deputado até o uso efetivo da verba na outra ponta, seja transparente. Os governadores sempre vetaram esse procedimento. Devido a pressões, sobretudo após as recentes denúncias, o Executivo resolveu ceder. A partir de 2011, toda emenda indicada para o ano seguinte deve constar previamente no Orçamento, com informações sobre valor, objeto, local de destinação. Após a polêmica, aliás, muitos deputados, da base e da oposição, passaram a defender o fim das emendas parlamentares.
Transparência não é o forte da Alesp. A sociedade não tem acesso sequer a dados sobre a gestão da casa, como gastos com pessoal, fornecedores e despesas dos gabinetes, por exemplo. Na contramão do projeto de lei federal recentemente aprovado para assegurar o acesso público a informações, a mesa diretora da Casa, presidida por Barros Munhoz, baixou um dispositivo para manter a caixa-preta fechada, criando empecilhos burocráticos para dificultar, retardar ou inviabilizar o atendimento a solicitações de informação. Afinal, se dá para complicar, para que simplificar?


Líder comunitária tucana descreve o esquema

 Terezinha: “Barbiere não mentiu. Só acho que  a porcentagem é maior” (foto: © Raoni Scandiuzzi)
A líder comunitária Tereza Barbosa, de 59 anos, coordena uma instituição que atende crianças no bairro Campo Grande, na zona sul da capital. Ela confirmou a denúncia do deputado Major Olímpio à reportagem e detalhou o esquema. “Entrei em vários gabinetes e eles diziam assim: ‘Olha, eu dou o dinheiro para a senhora, mas a senhora me devolve a metade, para uma entidade minha, que não tem documentação’”.
Sem revelar nomes, ela ainda descreveu outra conversa. “Um prefeito me contou uma vez que eles dão a verba para a prefeitura, mas quem contrata as empresas para fazer a obra é o próprio deputado, e a construtora passa os 40% para ele. Por isso que a gente vê toda hora essas obras malfeitas. Uma vez fui reclamar com uma construtora da Cidade Ademar e o dono me falou: ‘Senhora, a gente não pode fazer nada com material de primeira, porque a gente precisa devolver o dinheiro que chega pra gente’.”
Dona Terezinha não revela nomes por medo de sofrer represálias. Mas dá pistas. “Existe esquema em vários partidos, quase todos ali, do partido do Alckmin e de aliados, PSDB, PTB, PDT. Eu não cheguei a ir no PT, porque sou uma pessoa que foi sempre apaixonada pelo PSDB”, disse. Por experiência própria, afirma que Roque Barbiere falou a verdade. “Ele não mentiu, não. Só acho que a porcentagem é maior do que ele disse. Eu colocaria que uns 40% a 45% dos deputados vendem emenda.”
A líder comunitária confirmou que iria ao Conselho de Ética caso fosse convidada. Como a apuração por meio do conselho já estava sepultada, o promotor Carlos Cardoso quer ouvi-la. “Vou ouvir a dona Terezinha com toda a discrição possível, deixá-la muito à vontade para o que eventualmente tenha de concreto para relatar, e a partir desse relato vou verificar o que podemos fazer”, observou. Sobre o temor dela de identificar nomes, Cardoso contou que trabalhou durante sete anos no programa de proteção a testemunhas e vítimas ameaçadas e assegurou que saberá como lidar com o caso.
“Deus vai fazer aparecer os culpados, e isso vai servir de exemplo para os 50% que não são culpados. Eu estou entregando tudo isso para Deus”, disse Terezinha.
Leia a entrevista completa do deputado Roque Barbiere em: 
Autor das denúncias de venda de emendas cogita deixar base de Alckmin