sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Dilma quer Brasil de classe média, com casa para morar


Dilma quer Brasil de classe média, com casa para morar
Na assinatura de convênio com o governo de São Paulo para o Minha Casa, Minha Vida, a presidenta lembrou do papel do programa para conter os efeitos da crise externa de 2008
Publicado em 12/01/2012, 13:20
Última atualização às 14:34

São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff defendeu a importância da política habitacional para combater o déficit de moradias no país como uma das formas de garantir a continuidade da expansão da classe média. A posição foi defendida durante solenidade de assinatura de convênio entre a União e o governo do estado de São Paulo para o programa Minha casa, Minha Vida, na manhã desta quinta-feira (12), no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.
"Temos um desafio histórico", começou Dilma Rousseff. "Não queremos um país de bilionários e de pobres e miseráveis, como existe em muitas grandes nações. Queremos um país com pessoas ricas e prósperas, mas principalmente um país de classe média. E ninguém é classe média se não tiver sua casa. Ninguém." Para a presidenta, o Brasil tem, atualmente, tanto reconhecimento internacional como "confiança crescente da autoestima do brasileiro" de que pode se transformar em uma nação desenvolvida.
Ainda durante o evento, Dilma lembrou da criação do Minha Casa, Minha Vida, durante o segundo mandato do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva – do qual a atual presidenta era ministra-chefe da Casa Civil. Além de combater o déficit habitacional no país, a iniciativa teve um papel-chave durante a crise internacional de 2008, diante da recessão que se avizinhava em nações ricas. Lula percebeu que o governo poderia fomentar a construção civil para ajudar a movimentar a economia brasileira.
O aquecimento do mercado interno, com aumento no consumo das famílias e investimentos do setor público, foram a chave para o Brasil ser um dos primeiros países do mundo a superar os efeitos das instabilidades da ocasião. Atualmente, expoentes da União Europeia e os Estados Unidos convivem com uma nova fase da crise.
Quase quatro anos depois do lançamento do programa, São Paulo aceitou aderir à iniciativa. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) tem apostado neste segundo mandato em mudar a política habitacional paulista para torná-la afim à iniciativa federal. Com isso, deixará de ser dada prioridade ao modelo anterior, de construção de casas populares por meio da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU). “Digo para a presidenta Dilma, que é uma entusiasta desse modelo, que estamos caminhando para ser cada vez mais uma agência de fomento no sentido de parceria com as prefeituras e o governo federal, porque junto com a iniciativa privada podemos fazer mais”, afirmou o tucano.
Em seu discurso, a presidenta defendeu a importância do Minha Casa, Minha Vida como um instrumento de subsídio direto do Estado para o comprador, eliminando intermediários e, deste modo, reduzindo a possibilidade de desvio da finalidade da verba. Ela acredita que apenas com subsídio público é viável sanar a questão do déficit habitacional brasileiro.

Minha Casa em São Paulo

O convênio prevê investimentos de R$ 8 bilhões, dos quais R$ 6,1 bilhões virão do governo federal e apenas R$ 1,9 bilhão do estado. Inicialmente, o plano era garantir a contratação e a construção de 97 mil moradias em São Paulo para a faixa um do programa, voltada a famílias com renda de até três salários mínimos (renda mensal de até R$ 1,6 mil). Durante o voo de Brasília à capital paulista, Dilma conversou com assessores e acertou elevar o número para 100 mil moradias.
Terão prioridade famílias cadastradas por morarem em favelas, áreas de mananciais, de risco e de zonas rurais. O alvo são quatro regiões metropolitanas, incluindo a Grande São Paulo, Baixada Santista, Campinas e Vale do Paraíba e Litoral Norte. A previsão é de que a prestação mensal fique entre e R$ 160, desde que limitados a 10% do rendimento mensal das famílias.
A Caixa promete contratar a construção de 2 milhões de moradias até 2014 em todo o Brasil. O prazo coincide com a duração da segunda fase do Minha Casa, Minha Vida.

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